Quando o pastor Milton Ribeiro disse para sua filha, resignado, "Deus vai cuidar", segundo diálogos captados em grampo legal, não suspeitava que, embora Ele esteja em toda parte, o demônio ainda controla o imponderável e alguns setores da Polícia Federal. "O presidente me ligou, ele tá com um pressentimento...", contou o pastor à filha. Pressentir é sentir antecipadamente a ocorrência de um fato futuro.
Que antevisão teria tido Bolsonaro? "Eles podem querer atingi-lo através de mim... É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?" A filha do pastor, voz angelical, estranhou: "Ahhhh... Ele quer que você pare de mandar mensagens?"
A moça soou como se já tivesse ciência do teor dos "versículos" que seu pai despejava dentro do WhatsApp de Bolsonaro. Milton não precisou explicar que raios de versos bíblicos eram aqueles.
Ele apenas atalhou a filha: "Não! Não é isso..." O problema não estava no envio de trechos do novíssimo Testamento que inspira a relação do ex-ministro com o ex-chefe. A questão era que Bolsonaro pressentira que o sacrossanto relacionamento estava prestes a ser devassado: "Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão... Em casa... Sabe?"
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