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quinta-feira, 3 de junho de 2021

Membros da CPI rebatem pronunciamento de Bolsonaro: celebra vacinas com atraso de 432 dias e quase 470 mil mortes

 "O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’", dizem os membros da CPI da Covid em resposta ao pronunciamento em rede nacional de Bolsonaro

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Reuters)

Membros da CPI da Covid divulgaram uma nota rebatendo o pronunciamento de Jair Bolsonaro em rede nacional na noite desta quarta-feira (2).

Durante seu discurso, Bolsonaro exaltou a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas pelo Brasil, falou da produção de IFA que se iniciará em breve no país, voltou a dizer que o governo federal não obrigou ninguém a ficar em casa - mas também não ajudou nas medidas de combate à pandemia - exaltou o auxílio emergencial - que em 2021 tem um valor pífio - e disse esperar um crescimento acima de 4% da economia brasileira neste ano.

"Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira. Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19", diz a nota, assinada pelo presidente da CPI, Omar Aziz, pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues, pelo relator, Renan Calheiros, e demais membros do colegiado.

Leia a nota na íntegra:

NOTA PÚBLICA

A inflexão do Presidente da República celebrando as vacinas contra a Covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso. O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’. 

Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira. Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19.

A reação é consequência do trabalho desta CPI e da pressão da sociedade brasileira que ocupou as ruas contra o obscurantismo. Embora sinalize com recuo no negacionismo, esse reposicionamento vem tarde demais. A CPI volta a lamentar a perda de tantas vidas e dores que poderiam ter sido evitadas.  

Omar Aziz- Presidente CPI

Randolfe Rodrigues – Vice Presidente CPI

Renan Calheiros – Relator

Em apoio membros efetivos:

Tasso Jereissati

Otto Alencar

Humberto Costa

Eduardo Braga

Suplentes:

Alessandro Vieira

Rogério Carvalho

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