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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Com Bolsonaro, Brasil vive "retrocesso total" na educação inclusiva, diz educadora

 

Maria Teresa Mantoan, uma das principais defensoras da educação inclusiva no Brasil, fala sobre os desafios na área

"A questão é fazer as pessoas entenderem o que significa a educação inclusiva", afirma pesquisadora - Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Um ao lado do outro, na mesma sala de aula, aprendendo juntos. A máxima é referendada por Maria Teresa Mantoan, professora da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp e um dos principais nomes da educação inclusiva no Brasil. 

Em entrevista ao programa Bem Viver, da Rádio Brasil de Fato, Mantoan fala sobre os avanços e desafios dentro das unidades de ensino.

Crítica das escolas especiais, ela ressalta que a inclusão consiste na convivência mútua e conjunta entre crianças e adolescentes.

“Mais do que estarmos juntos, temos que estar uns com os outros para que possamos viver melhor e para que possamos evoluir na nossa compreensão do que é participar da sociedade humana”, afirma Mantoan.

A educadora esclarece que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) prevê que todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos têm que, obrigatoriamente, estar matriculadas na escola comum de ensino regular, e que as consideradas “escola especiais” não são legalizadas.

Segundo ela, a prática de uma educação inclusiva avançou significativamente após a Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, mas ainda encontra percalços em sua plena efetivação.
 
Ela cita, por exemplo, o Decreto 10.502/2020, apresentado pelo governo Jair Bolsonaro e suspenso por decisão judicial, que entre outros pontos incentiva a separação de salas nos ambientes escolares para crianças com deficiência e desobriga que as escolas matriculem esses estudantes.

"Simboliza o momento que estamos passando. Um retrocesso total. Um desconhecimento que é proposital de todo e qualquer avanço que tivemos e temos em termos de educação, de organização social".

Recentemente, a docente lançou o livro Educação e inclusão - entendimento, proposições e práticas, organizado por ela e pela também doutora em Educação Rosângela Machado. A edição faz parte da coleção Saberes em Prática, da Editora da Universidade Regional de Blumenau (Edifurb).

Dividido em 10 capítulos, o livro apresenta textos de profissionais de diversas áreas do conhecimento que compartilham reflexões, propostas e práticas para o ensino inclusivo.

“A escola continua sendo uma escola que busca a homogeneidade dos alunos. Aqueles que não correspondem ao modelo não têm lugar nas escolas a não ser em um local à parte. O ensino brasileiro é naturalmente um ensino excludente. O modo de organização do ensino, as avaliações, sejam de larga escala ou em pequena escala, têm essa conotação: excludência”, critica.

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