General Min Aung Hlaing, líder militar que assumiu o comando do governo após o golpe, diz que investigará as supostas fraudes nas eleições de 2020
As autoridades de Mianmar acusaram nesta quarta-feira a líder civil Aung San Suu Kyi de ter violado as leis de importação e exportação do país após encontrarem na casa dela pequenos aparelhos de rádio que teriam sido trazidos ilegalmente e usados sem autorização.
Suu Kyi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991, não era a presidente do país, mas lidera a Liga Nacional pela Democracia, o maior partido de Mianmar. No indiciamento, a polícia pede que ela permaneça presa provisoriamente até 15 de fevereiro para que o caso seja investigado. Se condenada, a pena pode chegar a três anos de prisão.
Os militares deram um golpe de Estado em Mianmar na última segunda-feira. As Forças Armadas derrubaram o governo eleito, prenderam lideranças políticas e suspendeu os voos ao país. O presidente deposto, Win Myint, também foi indiciado pela polícia, mas com base na lei de resposta a desastres naturais.
O Exército não reconhece os resultados das últimas eleições realizadas no país em novembro do ano passado e alega que houve fraude. O partido de Suu Kyi conquistou mais de 80% das cadeiras no Parlamento. O golpe ocorreu horas antes do início da nova legislatura.
O general Min Aung Hlaing, líder militar que assumiu o comando do governo após o golpe, disse hoje, segundo o jornal estatal “Global New Light”, que investigará as supostas fraudes nas eleições de 2020. Outras prioridades serão a luta contra a covid-19 e a recuperação da economia.
Uma nova comissão eleitoral, formada por pessoas que Hlaing descreveu como “independentes” e “imparciais”, será responsável por “examinar os dados da votação” e “tomar as medidas correspondentes”.
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