No sábado, a Globo exibiu apenas os dez minutos finais do treino de classificação para o GP da Alemanha. Um pedaço de F-1 entre sessões de desenhos animados. O SporTV, canal a cabo de esportes que pertence à Globosat, mostrou o treino todo ao vivo.
Apontar o dedo para a Globo, neste caso, é um erro. Se desiste de exibir o treino é porque não há retorno. E, existem culpados disso, é provável que o maior de todos seja a falta de cultura esportiva de boa parte do país. Estivesse um brasileiro disputando o título, a audiência certamente não estaria em baixa, e o treino seria exibido na íntegra (curiosamente, duas corridas atrás Massa fez a primeira pole de um piloto do país em cinco anos).

Massa abandonou na Alemanha após acidente na primeira curva (Foto: Patrik Stollarz/AFP)
Este já foi o país do tênis, cheio de especialistas no assunto, enquanto Guga esteve no auge, com seus três títulos de Roland Garros e quase um ano como número 1 do ranking. Virou o país da ginástica subitamente, quando Daiane dos Santos virou campeã mundial. O boxe voltou a fazer sucesso quando Popó conquistou seus dois cinturões. A F-1 seguiria em destaque e com audiência em alta se Sebastian Vettel fosse brasileiro, não alemão. Mas o brasileiro é Massa, o quase-campeão de 2008. Um bom piloto, mas não um gênio.
TV vive de quem está em frente à tela, é óbvio. Se você já se perguntou por que o Zorra Total está no ar há 15 anos, a resposta é que o programa é líder no horário, sem grandes ameaças, desde que estreou. Em dez anos, a F-1 no Brasil perdeu quase 60% da audiência de TV, como mostrou Ricardo Feltrin, colunista do F5. Há uma queda global de audiência na categoria, mas no Brasil o ritmo é vertiginoso.
Por aqui, a audiência da F-1 só se salvaria com um novo Fittipaldi, Senna ou Piquet. Ou um piloto que pelo menos vencesse corridas regularmente. Como o automobilismo no Brasil está morrendo, é bem possível que isso nunca mais aconteça.
A F-1 talvez não demore a estar na televisão apenas pra quem realmente gosta de corridas. E como estas pessoas formam uma minoria, a TV a cabo é o caminho óbvio.
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