O Dia dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu,
celebrado neste 3 de outubro, terá uma vasta programação religiosa e
festiva em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal. Já
a partir das primeiras horas da manhã, o Monumento dos Mártires,
localizado na comunidade de Uruaçu, estará preparado para receber os
devotos. Às 07h da manhã será realizada a primeira missa no Vale de
Uruaçu, seguida de outra três, às 09h, 10h e outra às 12h. Às 13h vai
ser iniciada uma peregrinação da Pastoral da Sobriedade da Vila de
Uruaçu e às 16h, tem início o show do padre Reginaldo Manzotti. A
programa terá fim às 18h com a celebração da última missa, presidida
pelo arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha.
HISTÓRICO
Durante o ano de 1645, a capitania do
Rio Grande era palco de uma disputa territorial entre portugueses que
detinham o território colonial desde a descoberta do novo mundo, em
1500, e os holandeses que procuravam nas terras abaixo dos trópicos como
uma fonte de recursos. Além de questões econômicas e armamentistas, o
embate religioso também acontecia neste confronto: Portugal como um país
católico, e a Holanda Calvinista. Dois eventos fariam 1645 entrar para a
história.
No dia 15 de julho, o Padre André de
Soveral estava começando a missa na comunidade de Cunhaú, município de
Canguaretama, quando foi interrompido pelo alemão a serviço do exército
holandês, Jacob Rabbi. Com o exército do país invasor, e índios Tapuias
juntamente com alguns potiguares. O grupo entrou na igreja de Nossa
Senhora das Candeias fechando as portas da capela. Com a igreja fechada
teve início os homicídios de todos os fiéis presentes e do pároco. O
crime aconteceu com forte violência, enquanto as vítimas rezavam pedindo
a salvação.
Após o acontecido, a população do Rio
Grande ficou com medo de que novos crimes como este voltasse a acontecer
na Capitania. E o temor seria justificados três meses mais tarde. No
dia 03 de outubro, do mesmo ano, o um crime semelhante voltaria a
acontecer, porém em um cenário diferente. Desta vez a comunidade de
Uruaçu, no município de São Gonçalo do Amarante, seria palco de uma ação
ainda mais violenta.
O mesmo Jacob Rabbi foi ator da
atrocidade. Neste evento as línguas dos fiéis foram arrancadas, braços e
pernas decepados, crianças foram partidas ao meio e uma boa parte dos
corpos foram degolados. O padre Ambrósio Francisco Ferro, passou por
grande tortura antes da morte. Ao todo, contando as duas chacinas, 30
pessoas foram assassinadas.
O processo de beatificação foi iniciado
no dia 15 de maio de 1988, por Dom Alair Vilar. Na ocasião o Arcebispo
nomeou Monsenhor Francisco de Assis Pereira, como o postulador de causas
de Beatificação e Canonização. Finalmente no dia 5 de março de 2000,
354 anos depois, foram beatificados por João Paulo II os 28 leigos, e
dois sacerdotes.
Em 2006 ficou instaurado como feriado
estadual, o dia 03 d outubro, em memória aos mártires de Uruaçu e
Cunhaú. O monumento está localizado na comunidade de Uruaçu, próximo ao
local dos assassinato e foi inaugurado em dezembro de 2000.
Fonte: Jornal de Hoje
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