São devastadores para a campanha de Bolsonaro os efeitos da prisão do ex-ministro Milton Ribeiro e dos pastores que trocaram propina por verbas públicas no Ministério da Educação.
A cara do presidente, que estava chamuscada, ficou carbonizada. Seu discurso anticorrupção foi parar na cadeia. O desespero de Bolsonaro tende a aumentar assim que ele se der conta dos riscos a que estará sujeito caso deixe de dispor das imunidades e da blindagem que o cargo de presidente lhe proporcionam. "Ele que responda pelos atos deles", declarou Bolsonaro, tomando distância. "Se a PF prendeu, tem um motivo".
Assim fica fácil. Primeiro, o presidente entrega os cofres do MEC ao centrão. Depois, manda o ministro abrir as portas da pasta para seus pastores de estimação. Confrontado com o noticiário sobre a corrupção, acusa a imprensa de "covardia" e coloca a "cara no fogo" pelo auxiliar.
Consumada a prisão, finge que não tem nada a ver com o problema. Fica entendido que, sob Bolsonaro, o cinismo também é uma forma de patriotismo.

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