As polêmicas em torno do programa de
governo da candidata do PSB ao Planalto, Marina Silva, fizeram seus
adversários reavaliarem a conveniência de lançarem seus planos no mesmo
modelo, com um grande caderno que assuma, por escrito, os compromissos
de campanha.
A avaliação é a de que Marina entrou em
uma agenda negativa após o lançamento de seu texto, em 29 de agosto.
Virou alvo de ataques em razão das erratas que teve de divulgar – a
principal delas retirava do plano causas caras ao movimento gay.
A campanha da presidente Dilma Rousseff
adotou a estratégia de não publicar um documento semelhante e de “dosar”
na TV a apresentação das suas propostas. A avaliação do comitê é de que
apresentar neste momento um texto justificando as políticas dotadas nos
últimos anos e apresentando um plano para os próximo mandato poderia
dar munição aos adversários e abrir um flanco sobre o qual eles se
debruçariam pelos próximos 20 dias. Dilma deve se encarregar de assumir
compromissos pontuais, a exemplo do que fez quando defendeu a
criminalização da homofobia. Ela mesma já disse recentemente que não
haverá a divulgação de uma redação unificada de seu programa de governo,
que nas palavras dela “será moderno e estará na televisão”.
Desde o início do processo eleitoral, a
campanha de Dilma trabalha em 25 textos setoriais que embasarão a defesa
das políticas adotadas nos governos do PT e também para as promessas
que serão apresentadas. Aliados que participam dessa montagem não dão
data para a sua divulgação. A ideia é trabalhar para não haver brechas
para os adversários. Na campanha do tucano Aécio Neves a avaliação é
semelhante. O programa de governo ainda não foi apresentado por questões
estratégicas de marketing. Entre tucanos próximos ao candidato, uma
frase virou consenso: programa de governo hoje tem potencial mínimo de
angariar votos e chances máximas de fazer perder eleitor. A avaliação é
de que apresentar o plano agora é expor o candidato à linha de tiro de
adversários, como ocorreu com Marina.
Na campanha de Aécio, os chefes dos
grupos de estudos de todas as áreas como econômica, social, de educação,
saúde, segurança, etc, já concluíram suas tarefas e enviaram as
sugestões ao coordenador do programa de governo Arnaldo Madeira e também
a Antonio Anastasia, que deixou oficialmente a função, mas continua
ajudando no tema. Elas ainda não passaram pela análise do
presidenciável, que é quem dará a palavra final. Oficialmente as ideias
ainda estão sendo buriladas.
Na prática, elas só irão a público no
momento em que os marqueteiros avaliarem que correrão menos riscos de
gerar desgaste ao candidato do PSDB. Será levado em conta, por exemplo, o
comportamento de Aécio nas pesquisas. “Fique tranquilo. Nosso plano de
governo não será feito a lápis. Ele será feito a caneta e ele reproduz
exatamente aquilo que nós pregamos e praticamos ao longo da nossa vida”,
disse Aécio ontem em São Paulo ao ser questionado sobre o programa.
Diante da insistência de jornalistas sobre a data, o candidato disse:
“Certamente antes da eleição”. (Colaborou Valmar Hupsel Filho) As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
fonte: Estadão Conteúdo
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